Moinho de Vento  
Para que soprar os mesmos ares nos campos verdes de novas oportunidades? Por que voltar com todos os sonhos não realizados anteriormente por conta de outros sonhadores? As árvores não estão mais nos mesmos lugares, e também, existem cercanias mais interessantes. Por que soprar com o mesmo pulmão os diferentes moinhos? Que coração novo existe se eu tentar fazer dele uma renovada ilusão? Eu tenho tanto tempo para perder assim? Ou estou tentando recuperar algo para sempre perdido?

Há dúvidas maiores que as respostas e uma singularidade nos encontros, esse vasto caminho das forças faz moer as velhas e tristes experiências, para dar os ingredientes de outros suspiros, sejam eles dos mesmos sonhadores ou de nuvens recém nascidas.

Dá medo ter alguma fé nova, mas existem sementes dessas florestas em tantas plantações antes não permitidas, por que sofrer mais se o próprio esforço nos coloca em campos originais, calçando os caminhos para outros céus, nuvens e ventos, na direção de muitos moinhos que não mais fariam pó.

A questão fica imensa quando o abismo do desconhecido nos faz pender de angústia, mas basta um suspiro para que tudo se derrube dentro de outros sonhos verdes e iluminados.
11:20

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Medo do novo e do desconhecido podem inibir, cristalizar forças, estagnar seres que não ousam ir além dos próprios limites... Entretanto, há quem saiba que só enfrentanto os abismos do imprevisível se pode alçar vôo e transformar limites em limiares, amanhã em hoje...

1:36 PM, janeiro 18, 2006  
Anonymous Anônimo said...

"Moinho de vento" parece-me um símbolo emblemático da sua poética, Baby! É como se a engrenagem do moinho no giro dos ventos reproduzisse os movimentos do teu élan poético no reino das palavras. Teu pulmão-moinho é incansável na reciclagem dos ares, dos sonhos, das descobertas, dos afetos... Em busca do tempo perdido, elo sensitivo com a escritura proustiana, vc resgata, recompõe e renova as cores das tristes experiências e dos medos fantasmantes nossos de cada dia. E eis que a espifania de um suspiro golpeia a angústia do ignorado no cromatismo verde-esperança e luminoso dos sonhos vindouros. Belo! Beijos, Moinho Eólico.

4:23 PM, fevereiro 13, 2006  

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