Lástimas e seus Apêndices  
Para um tempo que se foi um pedido de retorno, ou então, uma exigência de silêncios, eu não sei o que grita mais, se o medo de pensar nele ou no de esquecer para sempre. O preço é muito alto para irmos com um sonho, requisitar silêncios nos lábios de nosso destino é um desespero agudo pelo sufocante fim.

Para os últimos segundos contigo em meu tórax eu reservo o caminhar sem volta, mas o desenho de sua ida rasga o horizonte me convidando a te descobrir em cada nova coisa, as portas e os cadeados no passado, as janelas e as nuvens cinzas, o medo de ser somente o prêmio: a tua chegada, são todos esses, elementos de um ser que nunca esteve aqui, esse meu eu faltante, que por hoje saber da resignação aliviante, te achas nos apêndices de meus primeiros caminhos, mas não únicos, como antes inocentemente via seus lábios.
11:58

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

um lençol manchado
pode ser lavado

não esquecido

2:17 AM, dezembro 31, 2005  
Anonymous Anônimo said...

Por maior o déficit do desespero, ele há de ser refletor do instante. O brado íntimo do esquecimento, que relativiza nossas eventuais dores, vem restaurar seu estatuto real no Tempo devido e acaba se sobrepondo às lástimas e aos apêndices no balanço existencial de quem tenciona se equilibrar na ciranda mundana. Apegos ao instante lacrimoso retardariam o êxtase de encontrar o alívio da cura dos inevitáveis desenganos que norteiam nosso caminhar. O horizonte acena sempre o convite luminoso de novas descobertas, saberes e prazeres. O aceite e a escolha ficam por nossa conta! Beijos de chocolate!!!!

6:08 PM, fevereiro 13, 2006  

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