Na ponta da Chama  
Principiado o fogo no candeeiro de pedra o alquimista procurou a colher com o borato, trouxe até a chama e deixou bolhas surgirem no sal, os cristais brancos se tornaram um líquido graxento e negro, o fogo ardeu profundamente as estruturas brancas do composto, e culminou numa fumaça perfumosa, fazendo o ocultista sonhar com estrelas no quarto escuro de seus secretos experimentos, à semelhança de Deus inventando a paixão.
20:02

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Meu Lorde, alquimista poético, enuncia as três etapas da opus alquímica que objetiva no amálgama dos contrários a transmutação dos metais vis, nossos desejos e paixões desordenadas, configurando uma prática de depuração do eu capaz de fazer o homem conhecer o transcendente e o imanente. A Opus consiste nesse conhecimento, e segundo Os Upanishads: ‘Aquele que conhece o transcendente e o imanente, com o imanente vence a morte e com o transcendente vence a imortalidade’. Diz-nos Jung também que ‘a problemática do processo de desenvolvimento da personalidade, isto é, do processo de individuação, é expressa no simbolismo alquímico’. Não sei ocultar meu fascínio pelos estudos alquímicos, e tampouco por sua alquimia do verbo, Garoto! Aqui, as etapas da experiência alquímica estão sinalizadas. A dissolução/coagulação (nigredo) corresponde a cor negra dos cristais do borato dissolvidos em ‘líquido graxento e negro’. A transformação ou transmutação (albedo) a cor branca quem sabe da ‘fumaça perfumosa’ que faz o alquimista sonhar... E o resultado final, a sublimação espiritual (rubedo) corresponde ao vermelho sinalizado no sonho estelar do ocultista que, associado ao invento da paixão pelo Criador, só pode ser rubro. Que outro tom remeteria de imediato a paixão que não o flamante do vermelho, hein?? Hehe Beijos, vc sempre se supera deliciosamente na ponta e no inteiro da chama!

12:38 PM, novembro 12, 2005  

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