A Dor de Deus  
Graças a Deus eu não sou Ele, penso-me melhor sendo nem um milésimo de sua plenitude, o amor pelo grande torna-me pequeno, como a liberdade de ser plural faz-me acompanhado, que inferno absoluto deve ser o coração divino. Somando tudo que há no universo, agoniza Deus em glórias do terrível infinito ao seu redor, e seu tempo cumpre-se cadeia solitária na existência de um ser único.

Que desgraça.
01:50

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Ah, esse racionalismo sob as vestes ocultas de uma metafísica pessoal é o aprendizado de uma alteridade profunda. Uma poética filosófica grave de impactos tinha de voltar-se para o simulacro dos cânones estabelecidos para a divindade: assertivos, dogmáticos, irreversíveis. E mais, tinha de se comover diante da dor inapreensível de ser Deus, na solidão abissal e abismal de reinar na unicidade e na imutabilidade. Vivemos a aceitação voluntária de um fado involuntário?? Aceita-se ou faz de conta que se aceita?? Que a liberdade não seja uma dissimulação, uma ilusão aparente, ainda que rompa na rebeldia subjacente do discurso criador. Os artistas libertam-se ao mergulhar no jogo da criação numa espiral de abertura infinita. E sob a ótica lúdica, lírica e metafísica do meu Garoto Lindo, este artista do infinito e da matéria, a vida é muito mais palatável. Bjs, forever.

7:49 PM, novembro 02, 2005  

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