Por esse medo de sonhar.
Faço assim, tudo tão real, tão simples como meu jeito de vestir, e sentar, aqui e ali, em qualquer lugar, pode ser no chão, no coração, no ar, eu não tenho medo de sem defesas atacar, por que o amor é assim, para o rio o mar.

Meu sapato de couro, meus músculos enrigecidos, meu olhar procurando passarinhos, minha audição de menino, procurando o coração do vento, esse que vai, aqui e ali, real como só você pode entender, promentendo que se vier aqui, e deixar o que tem de mais valor, não vai perder, porque com isso eu posso voar, assim, dentro de mim, de você.

Em qualquer lugar, por ti.

Morder e sorrir, brincar agachados de empurrar, cair e dizer que só por você, todos os dias, posso levantar.

Esquecer o tempo, por só meu amor lembrar.

Esse medo de sonhar ao me ver, é para mim um presente, como é o rio para o mar.
11:44

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Que lindo auto-retrato! Poético, plástico e lúdico! Acho que posso vê-lo de pertinho agora, Gu! Hehe Curioso que o medo de sonhar não detém o rio que alcança o mar... Esquecer o tempo também não detém a lembrança do amor... Claro, um amor gostoso de lembrar, como meu vício gostoso de comentar a beleza dos teus insights líricos! Um dos mitos da antiga Grécia conta que Afrodite (Vênus) preocupava-se com um dos seus filhos que permanecia criança em meio aos outros que cresciam. Eros(Cupido) filho de Ares (Marte) era um Menininho rosado, bochechudo, que ruflava as asas transparentes e brincava de distribuir inadvertidamente a essência poderosa do seu arsenal de flechas. Intrigada, Afrodite indagou oracularmente Themis sobre o filho que lhe respondeu: o Amor não pode crescer, amadurecer sem a paixão "curativa". Interessante, não? Talvez, por isso, tantos amores infantilizados vagueiam por aí fadados ao passageiro como qualquer capricho. Achei fascinante, assim como seu texto! Beijos, querido! Presente é poder ler-te todo dia! Ainda vou poder... Hehe

1:58 AM, outubro 20, 2005  

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