A Casa dos Tristes
Eu retornei hoje dos dias metafóricos viajados dentro de mim.

Foram cinco etapas simples para destruir de vez a desvalorização contínua que tanto me perturbou esse ano.

Sair desse lugar não me trouxe felicidade, e mesmo agora, não a sinto perto de mim.

Eu estou bem como estou, livre das antigas conceituações e valores, essas que estavam em nome de uma vaidade espiritual ridícula que é a abnegação do mundo, um grande desespero nascido na impotência de orquestrar o destino, e posso entender os diversos discursos e súplicas decorrentes dessa fé.

Os próximos passeios serão ao redor da casa dos tristes, um lugar comum para todo vencedor que vê o tempo rotacionando o mesmo troféu para sempre, a fazer saber seu dignatário sobre cada detalhe da vitória no ícone frio de uma peça só, tão representativa quando uma lembrança idealizada, que antes ou depois da empreitada parece ter o mesmo efeito ou valor, nos pedindo que mais e mais venhamos a abandonar as residências dos não realizados, ou a dos que se devotam a um único fim.
00:25

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

eh teu espirito e sobrenome, neh?

beijos


Barbara

1:28 AM, dezembro 20, 2005  
Anonymous Anônimo said...

Baby, "A casa dos tristes" me vem como o título de um romance. Vc existe para romancear a vida, para incursões, devaneios e viagens simbólicas ou não. Mapear a riqueza do seu imaginário está além de mim, no máximo tangencio algum efeito aqui e ali. O mergulho no caos de si mesmo, nas etapas iniciatórias das galerias, fez renascer um Garoto Novo, que sepultou algumas coisas e nasceu para outras. O despojamento da desvalorização inculca novos valores e uma clarividência certa do limite dos vôos na orquestração do destino. Ah, Garoto, a precocidade desse entendimento reforça o sulco ancestral da sua natureza vasta, ambígua, reticente, destrutiva. Os passeios amados hão de circundar moradas tristes dos não realizados, mas também devem surpreender moradas alegres, porque a felicidade se espraia e se mescla onde menos se espera encontrá-la. O tempo rotaciona para todos e o troféu, ainda que aparente, nunca será o mesmo. Seu triunfo é sentir-se livre: é ir mais além, é buscar outras dimensões, é ampliar a órbita da vida, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado. Ah, sentir-se livre é o triunfo luminoso do seu espírito, ainda que ronde 'a casa dos tristes'. Beijos redobrados e ainda uma fragata de tulipas holandesas multicores!!!! Hehehe Vc merece, daimon da garrafa!!!!

5:23 PM, dezembro 27, 2005  

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